segunda-feira, 30 de agosto de 2010

GRUPO E AUTO REGULAÇÃO 1

Afonso H Lisboa da Fonseca, psicólogo.

Uma característica fundamental dos grupos humanos, e dos Grupos Vivenciais, é a sua capacidade para a auto regulação. A consideração e o interesse radicais pelos processos e tempos da auto regulação, enquanto processo grupal, é um dos interesses fundamentais da concepção e da metodologia do trabalho com grupos das Psicologias e Psicoterapias Fenomenológico Existenciais, a Gestalt, no caso, e a Abordagem Rogeriana.

A consideração radical pela auto regulação dos organismos é já um dos aspectos mais importantes, uma das características mais definidoras e fundamentais, da concepção e do método da Ges-tal’terapia e a Abordagem Rogeriana. O privilegiamento da auto regulação é herdado de W. Reich, e de K. Goldstein -- que, dentro de sua importante concepção de Organismo, entendeu-a como auto regulação organísmica.
Importante ressaltar que a auto regulação, neste caso, se refere à auto regulação do organismo, com pouca consideração pelo seuaspecto social. Na verdade, igualmente, com pouca consideração pelo aspecto fenomenológico da auto-regulação.
Perls vê a auto regulação como ajustamento criativo no campo organismo meio. E assume que a Gestal’terapia é uma abordagem fenomenológico existencial experimental. Que se empenha, conceitual, e metodologicamente, em criar situações experimentais, ao modo experimental de sermos, fenomenológico existencial dialógico. Situações nas quais a pessoa pode experimentar o modo de sermos do Contato – da Ação --, intrínseco à experimentalidade fenomenológico existencial e dialógica. E auto-regular-se criativamente, pela ação, pela atualização de possibilidades, pelo ajustamento criativo no campo organismo meio.
A sua concepção e metodológica caracteriza, assim, a Ges-tal’terapia como uma abordagem eminentemente experimental, no sentido fenomenológico existencial, profundamente fundada na con-sideração pela auto regulação organísmica como processo concomi-tante igualmente de ajustamento criativo. Perls traz, assim, a con-cepção de que a auto regulação e o ajustamento criativo são fenomenológico existenciais, dialógicos, e ativos, criativos.
A auto regulação organísmica, assim, no contexto da Ges-tal’terapia, implica e empenha-se na melhoria do padrão do contato, do padrão da ação. Na medida em que o contato, a ação, a auto regulação, o ajustamento criativo, se dão no modo fenomenológico existencial de sermos. Que é dialógico e hermenêutico, e criativo. O modo de sermos da ação, do contato, da ação contactante.
Outra característica fundamental da ação, do modo de sermos da ação, fenomenológico existencial dialógico, e experimental, da auto regulação, é a de que este modo de sermos é intencional, intensional.
Dentre outros aspectos essenciais, neste sentido, esta caracte-rística intencional do modo fenomenológico existencial de sermos significa ele é o modo de sermos que é anterior ao modo de sermos da experiência da dicotomização sujeito-objeto.
O que significa dizer que, neste modo intencional, intensional, fenomenológico existencial, de sermos, a dualidade corpo-mente, e a dualidade self-mundo externo são vividos integrativamente na dialógica de uma relação eu-tu, e não numa dicotomia sujeito objeto, que cada vez mais se amplia enquanto tal.
No modo fenomenológico existencial de sermos, na vivência da ação, na vivência do contato, na auto regulação organísmica, no ajustamento criativo -- o ambiente, e o corpo, não são objetos, na relação com um eu subjetivo. Própria e especificamente o ambiente é integramente um tu, da dialógica de uma relação eu-tu. E esta dialógica não é da ordem da dicotomia sujeito-objeto. Não é objetiva, nem subjetiva.
Assim, reduz-se e integrativa-se a dicotomia corpo-mente; e a dicotomia self-mundo externo, na vivência, sempre experimental, do modo de sermos da ação, na vivência do modo de sermos que Perls chamava de contato, na vivência do modo fenomenológico existencial de sermos, dialógico, hermenêutico, e experimental. Que naturalmente se constitui assim como o modo de sermos da auto regulação e do ajustamento criativo -- pela atualização criativa de possibilidades, pela ação (em termos fenomenológico existenciais compreensivos, implicativos – e não explicativos --, o que entendemos como interpretação fenomenológico existencial).

Rogers, também, tinha a auto regulação como um elemento central de sua concepção e método de psicoterapia, de pedagogia.
Para Rogers, num primeiro momento, o elemento central de sua abordagem era o privilegiamento da experiência organísmica do cliente, ou a experiência organísmica da relação entre o cliente e o terapeuta. Através da consideração positiva incondicional pela experiência do cliente, da compreensão empática, e da genuinidade do terapeuta – como condições terapêuticas, que podem ser privilegiadas como elementos da relação com o cliente, ou entre o professor e o aluno.
O grande segredo da concepção e da metodologia rogerianas é a ideia de tendência atualizante, a tendência para a ação, para a atualização; e o que podemos entender como a tendência formativa desta tendência atualizante. As condições terapêuticas que o terapeuta visa assumir como atitudes na relação com o cliente, visam propiciar a experiência empática na relação terapeuta cliente, a vivência da experiência organísmica na pontualidade da relação terapeuta cliente. O modo de sermos da experiência organísmica, que é o modo de sermos no qual se efetiva a ação, a tendência atualizante, e a tendência formativa que lhe é inerente.
Vividas fenomenologicamente de modo essencial, a tendência atualizante, em sua formatividade própria tem um caráter eminente-mente hermenêutico, um caráter de carreamento de potência e novidade na experiência do cliente, pela ação, pela atualização de possibilidades. Processo este auto-regulativo, na medida em que pode, na concepção rogeriana do processo da experiência, diluir as barreiras à vivência da experiência organísmica, e de seu poder auto-regulativo.
Trabalhando, em particular, a reorganização de uma imagem de eu que se enrijecera cada vez mais. Tornando-a progressivamente mais flexível e fluída, e permeável às influências auto regulantes da experiência organísmica, da tendência atualizante, na form-atividade de sua tendência formativa.

Rogers foi se tornando cada vez mais fenomenológico existen-cial empírico, e ensaísta, afastando-se da teorização. Mas a empatia, a consideração positiva incondicional, a genuinidade do terapeuta, junto com os pressupostos da valorização e privilegiamento da tendência atualizante, e da tendência formativa, da auto regulação, permaneceram até o final de sua obra, e de sua prática.
Carl Rogers, na fase final de sua vida, passou a dedicar-se cada vez mais aos grupos, desenvolvendo um modelo fenomenológico existencial experimental de trabalho com grupos. A sua teorização neste sentido foi mais ensaística, e experimental. Mas a ideia de tendência atualizante, e de tendência formativa, a ideia da empatia, e das demais condições terapêuticas, as ideias da experiência organísmica, e da auto atualização, as ideias de auto regulação, passam de um modo muito significativo para a concepção e para os pressupostos da metodologia de seu trabalho com grupos.
De modo que ele vai explorar, cada vez mais, o pressuposto da auto regulação. Agora não mais, simplesmente, como uma característica do funcionamento pessoal, mas como uma característica do próprio processo grupal, como uma característica do processamento da experiência e da experimentação coletivas da vivência do processo grupal.
Ou seja, a auto regulação não se constitui, apenas, ao nível fenomenológico existencial dialógico, experimental, e hermenêutico, da vivência pessoal... Igualmente, a auto regulação se constitui, própria e especificamente, como a vivência fenomenológica existencial dialógica, ativa e formativa, da experiência coletiva grupal -- nas dinâmicas de suas interações com a vivência pessoal dos participantes.
A tendência atualizante, a ação, a tendência formativa, a auto atualização, a auto regulação, definitivamente se constituem assim na, e constituem a, vivência da experiência coletiva do grupo. Se configuram na ação, na inter ação, fenomenológico existencial, dialógica, hermenêutica e experimental nos fluxos do processo do Grupo.
O processo grupal se dá como uma dialógica entre a consciên-cia das vivências pessoais e a consciência da vivência que se constitui coletivamente. Neste processo da dialógica da vivência, pessoal e coletiva, a ação a atualização, da tendência atualizante, que se constitui como tendência fenomenológico existencial formativa, tem um papel própria e eminentemente, produtivo, criativo; e de auto regulação. Na medida em que, em particular, a ação, a auto atualização, são criativas, produtivas, e auto regulativas.
A tendência atualizante -- a tendência fenomenológico existen-cial para a ação --, e a tendência formativa – a tendência fenomenológico existencial dialógica, experimental, e hermenêutica, para a form-ação das formas da consciência vivencial, e de seus produtos --, se constituem, também, coletivamente, assim. E como elas são a fonte intrínseca da auto regulação. São a fonte da auto regulação no processo grupal.
Metodológica e conceitualmente, no âmbito da concepção e método das psicologias e psicoterapias fenomenológico existenciais, no âmbito da Gestalt e da Abordagem Rogeriana, cumpre zelar pelas suas condições de possibilidade. Ou seja, o privilégiamento, na vivência grupal, da experiência organísmica. O privilegiamento da experiência fenomenológico existencial dialógica, e experimental, como forma de vivência privilegiada na experiência e na experimentação grupais.
Que são ativas, criativas, e auto regulativas. Hermenêuticas, experimentais, dialógicas, e poiéticas.

GRUPO, TENDÊNCIA ATUALIZANTE, TENDÊNCIA FORMATIVA

Afonso H Lisboa da Fonseca, psicólogo.

Em sua vivência, no sentido mais estrito, o Grupo se constitui como consciência -- consciência própria e especificamente pré-reflexiva, fenomenológico existencial, dialógica. Consciência que in-trinsecamente é ação, atualidade, atualização, e presença; pessoal, e coletivamente, fluxo, processo. Ação que é consciência, conscientização.
Numa de suas dimensões no Grupo, a consciência enquanto consciência coletiva é pontual e ativamente compartilhada como tal por todos os membros do Grupo.
Concomitante e simultaneamente, em níveis diversos de parti-cularização, a consciência,enquanto processo grupal, se pessoaliza, se singulariza; até os processos pessoais de sua vivência e produtivi-dade. E, na pontualidade da duração da vivência grupal, consciência pessoal e consciência coletiva interagem numa dinâmica dialógica, poiética, se geram e regeneramreciprocamente, no âmbito da vivência da pessoa, e do coletivo grupal.
De modo que são fluxos e trânsitos dinâmicos da consciência entre as suas multiplicidades mais coletivas e as mais individualiza-das.
Que se entenda, naturalmente, que a consciência coletiva do grupo, em sua vivência compartilhada, é, própria e especificamente, dimensão compartilhada das consciências das pessoas, individual-mente singularizadas; e, ativa, é, assim, consciência transindividual. Não existe a consciência coletiva vivencial, senão como consciência pessoal, que é pontual e simultaneamente compartilhada por uma multiplicidade de indivíduos. Ainda que a consciência grupal, o Grupo, possa constituir objetos, nos quais se particulariza a consciência coletiva, no modo de ser de sua objetividade. Este é um modo de ser cujo caráter é pouco privilegiado no Grupo, na medida em que no Grupo privilegiamos a poiética e a transformatividade do modo vivencial, coletivo e pessoal, na dinâmica dialógica de suas interações. Ainda que, necessariamente, a consciência vivencial sempre se dê em processos de objetivação.
Efetivamente como consciência, a consciência coletiva grupal possui as múltiplas características e processos de produção, poiéticos, da consciência individual. Ela pode ser mais ou menos reflexiva, e mais ou menos pré-reflexiva – fenomenológico existencial, e dialógica, poiética. Naturalmente que enquanto tal a consciência coletiva mobiliza uma outra instancia da vida social, o Grupo em questão.
Enquanto consciência coletiva, a consciência grupal desdobra todo o processo da consciência; da consciência pré-reflexiva, feno-menal, fenomenológico existencial, dialógica, experimental, e hermenêutica, para a consciência reflexiva.
Até que, mais uma vez, se adensa como vivência de consciência pré-reflexiva, fenomenal, em sua pontualidade e dinâmicas ativas. No caso, como vivência e dinâmicas pontualmente pessoais e pontualmente compartilhadas, coletivas.
Como tal, a consciência coletiva é eminentemente ativa. É eminentemente ação. Experimentação, interpretação. É, neste sentido, própria, e especificamente, experimental, e hermenêutica.
A atividade, a ação, a atualidade e atualização, como consciência coletiva, advêm, em sua presença -- como no caso da consciência que entendemos como individual -- da vivência compartilhada de possibilidades, e do desdobramento destas possibilidades. Advêm assim da vivência coletivamente com-partilhada de possibilidades, em seus desdobramentos, experimentados e interpretados, atualizados, por uma multiplicidade de indivíduos.
De modo que, é perfeitamente pertinente a idéia de que o Grupo está animado, e se configura, e se desdobra, a partir de uma tendência atualizante.
O que constitui o que entendemos como Grupo, como processo grupal, é o Grupo enquanto ação, o Grupo no exercício de sua ten-dência para a ação, no modo de sermos de sua presença. A expe-rimentação, e a interpretação atualização, desdobramento, de possi-bilidades, coletivamente compartilhadas, na dinâmica da dialógica grupal.
Na interação com a multiplicidade de dimensões das consciên-cias individuais das pessoas participantes.
Ou seja, na consciência fenomenológica, simultaneamente pes-soal e coletiva que o caracteriza, potencializa e define, o Grupo é uma animação e movimentação a partir de possibilidades vividas coletivamente. Possibilidades que, vividas coletivamente, compartilhadas, se desdobram, e se constituem, como ação, como atualização – ação e atualização coletivas, na presença pontual da momentaneidade da vivência grupal.

Como tal, tanto na dimensão da consciência individual, como na dimensão da consciência coletiva, grupal, a vivência de possibilidades é intrinsecamente Compreensiva. Ou seja, dá-se, e desdobra-se ao modo fenomenológico existencial e dialógico de sermos da Compreensão.
E, compreensiva, pode se constituir na sua vivência de modo meramente compreensivo, ou de modo compreensivo e muscular. Referindo-nos, no caso a uma musculatura grupal, que pontualmente se constitui como a musculação cineticamente articulada da multiplicidade de indivíduos que compõem o Grupo.
Como toda ação, a ação grupativa é, portanto, própria e especificamente compreensiva. É vivida, assim, compreensivamente; se constitui compreensivamente. É implicativa – e não ex-plicativa. Como presença, como vivência pontualmente compartilhada da multiplicidade de indivíduos que a constitui.
A característica de que a grupação é compreensiva, especifica-mente se constitui a partir da determinação de que a sua vivência brota, originariamente, como vivência de possibilidade, como vivência de potência, como vivência de força, que se constitui como sentido, como consciência pré-reflexiva, fenomenológico existencial, dialógica. Ou seja, como compreensão. Cum-preensão do sentido da possibilidade.
Como no caso pessoal, a força vivenciada na ação -- a potên-cia, a possibilidade --, na grupação, é força criativa, é força plástica; e, portanto, força formativa, form-ação. De modo que a tendência atualizante, compreensiva, que nos constitui é, igualmente, tendência formativa. Produz, a partir da vivência do possível, as formas da vivência da ação. Igualmente compreensivas, em sua pontualidade. Gestaltação, gestaltificantes. Tanto ao nível do que entendemos como individualidades, como ao nível dos coletivos gru-pais.
De modo que -- como em todas as suas modalidades e modulações --, a tendência atualizante, a ação, a atualidade, e a atualização, são, também, e necessariamente, própria e especificamente, tendência formativa, são form-ativas – no sentido fenomenológico existencial e dialógico. Per-form-áticas, vale dizer. O que abre enormes possibilidades compreensivas para nós outros.
Isto quer dizer que a vivência de possibilidades, e a vivência do desdobramento de possibilidades, na ação, se constituem como consciência, pré-reflexiva, compreensiva e implicativa; se constituem, na vivência, como formas, formações, de consciência, pré-reflexiva, compreensiva, fenomenal; se constituem como formas, formações, compreensivas de consciência. Compreensivas, constituem-se, própria e especificamente, como logos, como sentido, fenômeno-logos, dia-logos, como compreensão.
E, a seguir, como as formas, objetivas, objetivadas, coisifica-das, que se produzem a partir da cri-ação, a partir do desdobramento da possibilidade, como ação, como a poiese da ação.
O Grupo, assim, e suas possibilidades e poderes, se constituem, a partir da tendência atualizante, e da necessária constituição da tendência atualizante, e da ação, da atualização, em tendência formativa, em vivência criativa das formas da vivência, das formas da ação.

Para as abordagens fenomenológico existenciais de psicologia e de psicoterapia -- em específico para a Gestalt, e para Abordagem Rogeriana -- interessa privilegiar, e fomentar, a constituição e o des-dobramento do Grupo em sua matriz criativa, em sua matriz atuali-zante, e formativa.
Na pontualidade de sua vivência, no modo de ser de sua pre-sença, o Grupo é a vivência compreensiva de sua ação, da sua atualização. Ou seja, é a vivência de seu processo formativo, enquanto dinâmica compreensiva da atualização de possibilidades suas, que se constituem como formas compreensivas, como as formas compreensivas de sua vivência.
O Grupo se constitui a partir de uma vontade, força, coletiva de devir.
A vivência do Grupo é a vivência de sua tendência atualizante. E a vivência de sua, compreensiva, e necessariamente correlativa, tendência formativa

TENDÊNCIA FORMATIVA

Afonso H Lisboa da Fonseca, psicólogo.


É a partir da tendência para a ação, a tendência atualizativa, tendência atualizante, que, ontologicamente, nos mobilizamos, agi-mos, nos atualizamos. Sempre e constantemente.
A tendência atualizante, a tendência para a ação, que nos é inerente, manifesta-se fenomenologicamente. (Rogers, .).
Ou seja, a tendência atualizante -- tendência para a ação, atualização -- caracteristicamente, impregna toda a momentaneidade da vivência de nosso modo fenomenológico e existencial, ativo, hermenêutico, e dialógico, de sermos. O nosso modo fenomenológico e existencial de sermos é, todo ele, ação, como diria Buber (Buber,). A ele referindo-se como o modo eu-tu de sermos.
Nosso modo de sermos fenomenológico existencial -- todo ele impregnado pela tendência atualizante, portanto, é, todo ele, im-pregnado pela ação. Assim o é, na medida em que é, todo ele, im-pregnado de possibilidade, de potência; que é força, no sentido plás-tico de potência criativa.
Potência que se atualiza, que se constitui em ação. Que consti-tui, fenomenologicamente, as formas compreensivas, e implicativas da vivência, e dos produtos da ação.

A vivência de nosso modo fenomenológico existencial de ser-mos, a vivência de nossa tendência atualizante, a vivência da ação, é, por isto, compreensiva, e poiética. Na mesma medida em que é implicativa, e páthica.
É compreensiva porque, na sua vivência, a possibilidade, em sua potência formativa, se constitui, compreensivamente, como consciência fenomenológico existencial, pré-reflexiva – cum-preensão.
De modo que há uma constituição da possibilidade como cons-ciência, pré-reflexiva -- fenomenológica. Há uma preensão da possi-bilidade como consciência, uma apreensão da possibilidade, compre-ensão, em sua formação, em seu desdobramento, em seu attum.

A possibilidade, que se desdobra em ação, inter-pret-ação -- a que se refere a tendência atualizante -- é possibilidade de quê?
Precipuamente, é possibilidade de Forma (Gestalt, Gestaltação).
É possibilidade de Formação.
A possibilidade, a potência, que se manifesta fenomenológico existencialmente, é, característica e eminentemente, form-ativa, form-ação compreensiva.
Este é, assim, fenomenológico existencial, o modo de sermos cum(a)preensão (da possibilidade) em seu desdobramento; em sua ação, atualização.
Por isso, pois, que a vivência de nosso modo fenomenológico existencial, a vivência de nossa tendência para a ação, de nossa tendência atualizante, de nossa ação, atualização, como desdobramento fenomenológico existencial de possibilidades, como tendência formativa, é, eminentemente, compreensiva, é própria e especificamente da ordem da compreensão.

O modo teorético, e o modo comportamental de sermos não comportam a compreensão, não são compreensivos, nem implicati-vos; mas explicativos.

A vivência do nosso modo fenomenológico existencial de ser-mos, a vivência de nossa tendência atualizante, tendência para a ação, de nossa ação, atualização; a vivência de nossa tendência for-mativa é, ainda, característica e eminentemente, Poiética.
Ou seja, se configura como o modo Poiético de sermos, e de conhecermos. Modo este de sermos preconizado por Aristóteles, em alternância ao modo Teorético, e ao modo Prático de sermos-e-de-conhecermos. Sua característica Poi-ética sendo, própria e especificamente, a de que nele, criativamente, vivenciamos Possi-bilidade, e o desdobramento das possibilidades, a ação, em suas formas criativas, de vivência, e de objetivação.

A vivência da ação, decorrente das possibilidades do que podemos chamar de tendência para a atualização, em nosso modo fenomenológico existencial, poiético, de sermos é ainda da ordem da implicação – e não da ordem da ex-plicação.
A ex-plicação caracteriza o modo teorético, e o modo compor-tamental de sermos. Ou seja, na explicação, no modo teorético de sermos, nós contemplamos e apreciamos teóricamente – como es-pectadores -- os produtos de nossa poiese, os produtos objetivados da vivência de nossa ação. Explicativamente, ou seja, não implicati-vamente, no modo comportamental de sermos nós repetimos ativi-dades padronizadas, que,em sua repetição não trazem a possibilida-de, a vivência de possibilidade, e o seu desdobramento, na ação.
Na implicação, não somos espectadores. Nem nos movimen-tamos mecanicamente ao modo de sermos de nossa atividade padronizada e repetitiva, de nosso comportamento.
Na implicação, no modo de sermos, fenomenológico existencial, da Implicação, somos atores na vivência da ação, como desdobramento de possibilidades. Estamos implicados – e não na ex-plicação – estamos na vivência do desdobramento da possibilidades.
Ou seja, na implicação, no modo implicativo de sermos, na dialógica do desdobramento da possibilidade, não nos damos como sujeitos, na relação com objetos. Mas como agentes, na inter-ação de uma dialógica eu-tu.
E, tudo que o tu não é, na dialógica eu-tu, é objeto.
Nem o eu é sujeito.
Na ação, na atualização da possibilidade, eu e tu estão necessariamente vinculados, na dialógica da vivência. E é esta viculação dialógica que chamamos de implicação.
Na ex-plicação, teórica, ou comportamental, rompe-se a vinculação dialógica entre eu-tu; e se constitui o isso, e o eu do eu-isso. O objeto – o isso do eu-isso --, e o sujeito, que originariamente não têm a vinculação dialógica. Não estão implicados.

Páthicas, Empthicas, são, ainda, a tendência atualizante, a atualização, a ação; e a sua correlativa Tendência Formativa.
O aspecto páthico, Empático da Tendência Atualizante e da Tendência Formativa remetem à característica de que, em sua operação, elas são eminentemente fenomenológico existenciais. O seu aspecto Páthico, Empáthico referindo-se ao fato de que, em sua operação fenomenológico existencial elas são da ordem pathica, empathica de nossa sensibilidade emocionada.
O Pathos em sua acepção Grega originária, e não na acepção Latina, tem este sentido de que, fenomenológico existencial, é o modo de sermos que é marcado pela emoção, o modo de sermos no qual naturalmente vigora a emoção. O pathos, a Empatia, fenomenológico existencial, é o modo de sermos da sensibilidade emocionada.
A atualização, a ação – da tendência atualizante; e a formação, a performação – de sua tendência formativa; eminentemente fenomenológico existenciais, hermenêuticas e dialógicas, são, assim, eminentemente páthicas, empáticas, em suas operações.

Assim, a partir da emergência, configuração, e desdobramento da possibilidade, a ação, em nossa tendência para a ação, é sempre form-ação, per-form-ação. É, sempre, assim, tendência formativa.
E, portanto, performance, sempre.
A ação é sempre, igualmente, inter-pret-ação. É, sempre, her-menêutica.
Naturalmente, interpretação, hermenêutica, compreensivas, fenomenológico existenciais, implicativas – ao contrário da interpretação ex-plicativa.
A ação, a tendência atualizante, e sua tendência formativa são ainda pathicas, empathicas, patéticas, empatéticas.

Form-ação, sempre, assim, a ação é sempre formativa.

De modo que a tendência atualizante é sempre tendência for-mativa – em seu caráter intrinsecamente compreensivo, fenomenológico existencial, e hermenêutico. É a tendência para as intrínsecas formas da vivência da ação, e de seus produtos.
As formas da tendência formativa da tendência atualizante são as formas intangíveis, e as formas tangíveis da vivência, da sequên-cia da ação, da atualização; e a forma de seus produtos.
Podem estas formas ser (1) meramente compreensivas, ou (2) compreensivas e musculativas; e as suas resultantes criativas, coisifi-cadas, objetivas.

De modo que é a tendência formativa que deriva, que é uma dimensão, da tendência atualizante. A formação é uma característica da ação – que é compreensiva.
Toda ação é formação, toda a ação é formativa. Performativa, per-form-ática, per-formação, performance.
E é esta vivência da form-ação que é especificamente a ação – da tendência atualizante que nos constitui, e que constitui o mundo que nos diz respeito.
De modo que a tendência atualizante, a tendência formativa, são vivenciais, são fenomenológico existenciais, e dialógicas, são hermenêuticas, compreensivas, poiéticas, e empáticas.

TENDÊNCIA ATUALIZANTE

Ação, Atualidade e Atualização na Abordagem Rogeriana e em Psicologia e Psicoterapia Fenomenológico Exisatencial


Afonso H Lisboa da Fonseca, psicólogo.


Como sabemos, a concepção de tendência atualizante é um elemento central da concepção e metodologia da Abordagem Rogeriana. Está implícita na Gestalt Terapia; e é, certamente, fundamental em qualquer abordagem fenomenológico existencial de psicologia e psicoterapia. Na formulação rogeriana, a concepção teve e tem um importante papel na definição de uma prática humanista, fenomenológico existencial, de psicologia e de psicoterapia. O conceito tem, nessa formulação, um enfoque demasiadamente biologizante, deixando em falta a sua dimensão especificamente existencial. Para quem trabalha ao nível da psicoterapia, do trabalho com grupos, e do trabalho psicológico em geral, a questão não é simplesmente de potencialidades, no seu sentido genérico, biológico, mas de possibilidades existencialmente vividas, e do processo de sua atualização.

Somos, todos nós, ativos, nas dimensões mais originárias e essenciais da vivência de nós próprios; fenomenológico existenciais, ativos, precisamente, atualizantes, atuantes. Ou seja, somos seres que são, originariamente -- em sua vivência mais originária, mais essencial --, vivência fenomenológico existencial de força, potência, de força de possibilidade, de possível; que constantemente se desdobra, em vivência de ação, atu-ação, atu-aliz-ação.
Tendemos, assim a esta atualização de possibilidades. À ação.
Secundariamente, esta ação nos constitui, constantemente. E constitui ao mundo que nos diz respeito.
Secundariamente, porque o nosso mundo, a nossa realidade, e o nosso ser/vir a ser identitário, são sub produtos da nossa vivência; fenomenológica, existencial, ativa; do processo de nossa atualização, da vivência de nosso núcleo, de nossa dimensão, de força, de potência, de possibilidade, em seu perene e potente desdobramento vivencial, ativo. No que chamamos de poiese.
Poiese é, assim, a produtividade, e resultantes, deste processo vivencial, ativo, atualizativo, no qual, enquanto consciência fenomenológico existencial, vivenciamos a constância desta dimensão de nosso ser possível, e vivenciamos a atualização, o desdobramento, de possibilidades.
Poiética, na verdade, é a ética da poiese. Ou seja, um modo de ser e de proceder que privilegia, como referência vital, a vivencia, e a expressividade, deste processo fenomenológico existencial, poiético, de ser/devir.
Para a poiética, a possibilidade, e a sua atualização, é mais importante do que a realidade.
Inúmeros são os poiéticos. Classicamente, podemos entender assim a Aristóteles e a seus peripatéticos, a Brentano, a Nietzsche, a Heidegger, aos fenomenológico existenciais, a Buber... Da mesma forma que assim podemos entender a Carl Rogers e a Fritz Perls.
Nos tempos de Aristóteles, a questão sobre o ser se colocava como resolvida pela perspectiva de que o ser é tudo que é... Aristóteles vem a colocar a questão do possível, do que pode vir a ser. Quando coloca que o ser não pode simplesmente ser tudo o que é; na medida em que, igualmente, existe o possível, e o seu devir, a sua atualização, o seu vir a ser. De fato, o ser é o que é, e o que pode se atualizar, o que pode vir a ser.
Com isso, Aristóteles introduz no pensamento ocidental o possível, e o movimento de sua atualização; a potência e o ato, a atualização. Dados na imediaticidade empírica da vivência de consciência fenomenológica, fenomenoativa.
Franz Brentano é o grande receptor e mediador moderno de Aristóteles e de suas perspectivas. Dentre as suas inúmeras e importantes contribuições, estão o desenvolvimento da Fenomenologia, e da psicologia fenomenológico existencial; talvez possa mesmo ser reconhecido como o iniciador da Psicologia da Gestalt.
O certo é que os formuladores da Psicologia da Gestalt foram seminalmente influenciados pelas concepções de Franz Brentano. Foram alunos do principal discípulo de Brentano, Carl Stumpf. Ainda quando Brentano era vivo.
Neste caso, entre os psicólogos da Gestalt, Kurt Goldstein.
As perspectivas e concepções de Brentano e de Aristóteles, vão aparecer de um modo importante nas concepções de Kurt Goldstein. Tais como as concepções de organísmico, de organismo, de auto regulação organísmica, de auto-atualização, de experiência organísmica... E as concepções de Kurt Goldstein vão ter uma influência fundamental no desenvolvimento das idéias, e na formulação da concepção e método da abordagem de Carl Rogers. Assim, concepções como as de auto-regulação organísmica, auto-atualização, experiência organísmica, tendência atualizante, são concepções que constam já do arcabouço conceitual da psicologia organísmica de Kurt Goldstein, e têm um lugar e papel essenciais em momentos básicos do sistema conceitual de Carl Rogers.
A concepção de tendência atualizante vai ser a pedra fundamental do paradigma rogeriano. Vai permitir a Carl Rogers desenvolver experimentalmente um interessante paradigma fenomenológico existencial de psicologia e de psicoterapia.
Este paradigma só vai depurando plenamente as suas características fenomenológico existenciais, livrando-se, em sua prática, dos resíduos de pressuposições metafísicas e teorizantes, na última, e qualitativamente produtiva, fase da vida de Carl Rogers. Quando o trabalho com grupos, em suas várias modalidades -- de grupos residenciais e não residenciais, com pequeno, médio ou grande número de participantes, de curta ou longa duração, e outras modalidades -- leva a uma assombrosa radicalização fenomenológico existencial do paradigma de Rogers, e da experimentação, por parte dele, e de seu grupo de colaboradores.
A radicalização é tal que, neste momento, toda a produção teórica anterior -- que já experimentara, durante anos, um intenso processo de mudança e de metamorfose -- parece, de um modo muito propriamente fenomenológico existencial, distante e supérflua, apenas relativamente necessária. Em privilégio de um logos metódico fenomenológico existencial empírico, que se ancora simplesmente na constação fenomenológica, e existencial, de nossa ontológica condição de sermos ativos, atualizativos; da condição ontológica básica de ativos dos grupos humanos, e das pessoas.
O conceito de tendência atualizante permanece um instrumento interessante. Tanto do ponto de vista da Abordagem Rogeriana, como do ponto de vista de um paradigma fenomenológico existencial de psicologia e de psicoterapia. Ainda que ele seja, no âmbito da abordagem rogeriana -- onde está melhor elaborado e mereceu maior atenção, na psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial -- um conceito vago, impreciso, freqüentemente equívoco. Em razão de uma precária elaboração. Em particular, em função de um viés abusivamente biologista na sua formulação.
O conceito sempre se referiu à tendência, e ao exercício da tendência dos seres vivos para atualizarem as suas potencialidades, e se constituir como espécimens adultos, maduros, socialmente ajustados e produtivos, no caso dos seres humanos. É conhecida a ilustração que Rogers faz de sua idéia lembrando os brancos brotos das batatas que cresciam nos estoques invernais do porão da casa de sua infância... Pálidos e obstinados, em sua tendência atualizante em direção à luz...
É impressionante, porque, em seguida, Rogers dá ainda um passo "atrás" -- do biológico ao cósmico --, ao vincular o que ele entende como tendência atualizante a uma tendência formativa do universo, usando idéias de Ilya Prigogine, muito vigentes na new age, para corroborar as suas próprias concepções.
Não é que não seja interessante considerar a tendência atualizante de suas potencialidades por parte dos seres vivos, no sentido biológico, e evolucionista... Ou indicar a tendência sintrópica que caracteriza a vida, em contraposição aos movimentos deletérios da entropia... Mas, direto, do cósmico, e do biológico, para o pessoal? Sem passar pela mediação da história? Sem passar pela mediação do cultural e do social? Sem passar pela mediação da existência, e do existencial?
Há, efetivamente, aí uma incontornável lacuna. Em especial para quem se remete aos humanos, e aos grupos humanos: no que diz respeito à relação história-pessoa, e no que diz respeito à concepção existência-pessoa, em termos da concepção de tendência atualizante.
É interessante observar que a vivência, a experimentação, e o desenvolvimento do modelo rogeriano, como seria de se esperar, vai se deslocando, e se tornando cada vez mais independente dos pressupostos teóricos, com o privilégio de uma vivência fenomenológico existencial empírica. A um ponto tal que a teoria prossegue reincidindo em crises, de crescimento, e, defitivamente, não acompanha os resultados da experimentação, quedando-se em níveis muito precários, no que concerne à rica fase final do trabalho de Carl Rogers, principalmente com relação ao seu modelo de trabalho com grupos, e às repercussões dos resultados da experimentação com grupos sobre o modelo de trabalho na relação interindividual .
Aí também presente, de modo importante, as confusões determinadas pela crise epistêmica decorrente:
1. Do fato de que a abordagem rogeriana, de cunho fenomenológico existencial empírico, cresceu no meio de um empirismo objetivista, avêsso à teorização. Com os praticantes da abordagem rogeriana ainda influenciados, de um modo significativo, por esse tipo de empirismo objetivista; condição associada ao pouco conhecimento das perspectivas da Fenomenologia no meio da abordagem rogeriana;
2. Dos mal-entendidos e confusões relativos à precária compreensão acerca de qual é o lugar da teoria numa abordagem que é, em sua vivência, não teorizante; ou seja, acerca de qual o lugar da teoria numa abordagem fenomenológico existencial empírica e experimental.
Aparentemente confundida, ainda, influenciada e desorientada pela aversão à teoria e à teorização da cultura anglo-saxã, a cultura da abordagem rogeriana se quedou, e se queda, inteiramente baratinada com relação à questão dos nexos entre a vivência experimental empírica, não teorizante, e a teoria, a teorização, e a crítica...
A teoria foi evoluindo para uma fértil crise de perspectivas epistemológicas e ontológicas, até que Rogers e os seus colaboradores mergulharam na intensa experimentação fenomenológico existencial empírica de seus referenciais, num contexto grupal, com uma teorização ainda incipiente, e freqüentemente pautada pelos referenciais do empirismo objetivista -- incompetente para dar conta da riqueza e da complexidade dos produtos e processos de sua experimentação. De fato, neste momento, o fato de que Rogers e colaboradores estavam ricamente imersos nas dimensões existenciais de um tal processo, e em suas densidades e complexidades teóricas, não permitia, ainda, um afastamento que possibilitasse uma reflexão e produção teórica. Sem dúvida, o pouco conhecimento no seu meio, e no meio da cultura da abordagem, dos referenciais da Fenomenologia e do existencialismo, dificultava sobremaneira esta empreitada teórica.
O momento posterior à morte de Rogers é um momento de paralisia teórica, pelo menos em termos paradigmáticos, em que a teoria vai sendo cada vez mais alienada e alienígena, ainda que a força da obra ensaística de Rogers permaneça fazendo adeptos. E que o empirismo fenomenológico existencial característico de seu paradigma possa ser compreendido e desenvolvido por profissionais competentes e criativos.
A concepçao de atualização, e mesmo de tendência atualizante -- esta importante contribuição de Aristóteles, Brentano e Goldstein, que Carl Rogers soube valorizar, conceitual e metodológicamente, em psicologia e psicoterapia -- permanecem assim como concepções básicas, do paradigma rogeriano, e da psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial.
No caso da abordagem rogeriana, em particular, no sentido de sua reformulação e atualização. Isto porque são concepções que guardam a originalidade da formulação rogeriana, ao mesmo tempopermanacem como concepções atuais -- produtivas --, não só no contexto da abordagem rogeriana, como no contexto da psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial.

A atualidade da concepção de tendência atualizante, em sua acepção fenomenológico existencial, em psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial, advém do fato, simplesmente, de que, ainda que um conceito teórico, ela se remete à dimensão vivencial, especificamente experienciável. Eespecificamente existencial. Remete-se ao próprio processo humano de realização, e de superação. Dimensão ontológica humana fundamental, e fundamental para a concepção e vivência da psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial, em específico da abordagem rogeriana, e da gestalt terapia, que são psicologias e psicoterapias do ato e da atualização, da atualidade. Abordagens poiéticas, estéticas.